Ali estava. Imóvel. Só. Ao seu lado, nada mais que um simples acessório tecnológico, um telemóvel.
Com um sinal sonoro bem audível.
"Eu ligo-te, eu dou-te notícias, espera por mim".
Ali ficara ela, à espera. Em seu redor, nada senão um mudo mundo que nada lhe dizia.
As horas passavam.
As semanas arrastavam-se.
A sala, escura, imóvel.
Meses deram lugar a outros mais frios, e de novo o calor intenso abafava a sala.
Dentro, apenas ela. Ela e o seu telemóvel.
Um ciclo anual se passou, e mais outro, e por fim ainda mais um.
Nada mudava na sala isolada onde ela se encontrava.
Ela e o seu telemóvel, mudo, silencioso.
Um silêncio que lhe gritava mais alto que qualquer grito estridente.
Um silêncio que magoava mais que mil facas espetadas no coração.
Anos e anos depois, nada mudara. Apenas ela, esperando já sem esperança que o telemóvel, agora morto, rompesse o silêncio a que se havia submetido.
Nunca aconteceu.
Ali ficou... ali ficaram. Dois corpos inertes, mortos... silênciosos...
Para o desafio "Silêncio" (Março de 2010), da Fábrica das Letras.
Muito obrigada pelo seu afeto, seu carinho em meu blog.Seu texto foi incrível,uma angustiante espera...Sempre que dá um tempino venho te ler, estou em viagem mas corro sempre que dá tempo.
ResponderEliminarcom carinho
Hana
Hana: não tens nada que agradecer =) ainda bem que gostaste do texto. Vem sempre que quiseres! E visita também o meu outro blog, se quiseres, sitio-acolhedor.blogspot.com
ResponderEliminarBeijinhos
Rita
Deixar aqui o primeiro comentário hehe...:P
ResponderEliminarComo já disse, acho que tá muito bem escrito, com uma linguagem bastante estética e agradável de ler.
A "história" também está bem conseguida, alcançando bastante impacto, roçando quase no absurdo (refiro-me ao género literário assim chamado), e sem dúvida deixando-nos algo arrepiados com essa angústia contagiante duma espera desesperada...
Elias: obrigada =) É sempre bom ler as vossas críticas ao que escrevo =)
ResponderEliminarUma espera cega e surda. Arrepia.
ResponderEliminarUma palavra:
ResponderEliminarFANTASTICO!!!!
Gostei =D
Existem silêncios que doem. Eu confesso que não gosto do silêncio a não ser quando sou eu a procurá-lo. Texto muito bem escrito com emoção e muito dramatismo. Parabéns.
ResponderEliminarLampada: Obrigada. Não costumo escrever muito neste estilo, mas desta vez apeteceu-me =) Aparece por aqui sempre que quiseres =)
ResponderEliminarBeijinhos
Rita
Lu: Obrigada =) É bom ver-te nos meus "seguidores" :p Beijinhos e vai aparecendo!!
ResponderEliminarOlga: Sim... certos silêncios doem muito. Eu gosto quando preciso dele. Quando me é imposto, tento lutar contra ele... se não corro o risco de dar em doida! Mas como eu estou sempre dentro de mim, torna-se mais fácil suportar esse silêncio imposto... Obrigada =)
ResponderEliminarBeijinhos
Rita
Desde já as minhas sinceras desculpas pelo facto de este comentário que deixo não tenha relação com o post .
ResponderEliminarConvite
O livro "Continuando assim...", foi maltratado...
Resolvi por isso, e porque tanta gente não encontra o livro onde deveria estar (nas livrarias), recontar a história
Lá no …. Continuando assim…
www.continuandoassim.blogspot.com
Vamos em metade da história, o livro reescrito, não está igual (nem poderia!) ao que foi editado.
Obrigada a todos os que vão seguindo (pois só assim vale a pena).
Um obrigada especial a quem ainda não conhece e chega de novo
Uma reflexão em relação a todo este assunto entre livros, autores e editoras, e um conselho, se é que me é permitido:
--- quando vos pedirem dinheiro para editar as vossas palavras, simplesmente digam que não ---
BJ
Teresa
Teresa =)
ResponderEliminarEu sei, já sou uma das seguidoras do continuando assim e adoro a história da Alice.
Parabéns.
Beijinhos
Rita
Olá.
ResponderEliminarPeço desculpa pela intromissão.
Venho convidá-lo(a) a acompanhar as histórias d'O Idiota.
Humor/Sarcasmo/Entretenimento e boa disposição:)
Obrigado.
Miguel
Mais uma bela reflexão. Continua.
ResponderEliminarCarlos: muito obrigada! Hei de continuar!
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